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Arquivo : Alexis Sanchez

Basta uma geração dourada para o Chile surpreender?
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UOL Esporte

O Carteiro da Ilha Negra*

Sem dúvida que este Mundial é vivido de maneira diferente no Chile. A efervescência provocada nos torcedores para conseguir ingressos e a grande quantidade de compatriotas que viajarão ao Brasil sem ter um ingresso deram a esse evento planetário um caráter muito diferente daquele da África do Sul.

E os motivos podem ser muitos. Para começar, a proximidade do país sede. É indubitável que viajar ao Brasil – não são poucos os que o farão de automóvel – é muito mais fácil do que ir ao continente africano. Além disso, é a primeira vez que o Chile se classifica para dois mundiais consecutivos. Mas, e nisto é preciso ser responsável, são milhares aqueles que pensam que o Chile poderá ser uma surpresa.

Há algo nesta geração que apela à ilusão. O momento de Alexis Sánchez no Barcelona, de Arturo Vidal na Juventus, de Charles Aránguiz no Internacional de Porto Alegre, de Eduardo Vargas no Valencia e de Gary Medel no Cardiff, só para citar alguns, faz que essa ilusão seja mais viva que nunca.

Muitos falam da geração dourada do futebol chileno. Uma geração que foi a base do terceiro lugar do Mundial sub 20 do Canadá, em 2007. Uma geração que se esqueceu dos triunfos morais e que sonha em ser campeã do mundo. Uma geração que joga em sua maioria nas grandes ligas da Europa. Uma geração que abandonou em idade precoce o futebol chileno para desenvolver-se longe de casa.

Isso basta para fazer um bom papel? Não. Mas ajuda. Austrália, Holanda e Espanha são os rivais a vencer. No papel, um grupo mais que complicado, no qual se brigará para avançar à fase seguinte com os finalistas da edição passada.

No entanto, o que foi exibido em amistosos contra potências (Inglaterra, Espanha, Alemanha e Brasil), a filosofia de jogo de Jorge Sampaoli e a mentalidade dos selecionados são motivos mais que suficientes para que um país inteiro mantenha viva a ilusão até que toque o apito em 13 de junho, dia em que o Chile ficará paralisado para ver a estreia de nossa seleção contra a Austrália.

*O Carteiro da Ilha Negra, pseudônimo do jornalista chileno que analisa a Copa 2014 para o UOL Esporte, é uma referência a Mario Jiménez, personagem da obra “O Carteiro e o Poeta”.


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