Todos no Chile rezam pela recuperação de Vidal
UOL Esporte
* O Carteiro da Ilha Negra
Muitos dos fanáticos torcedores da seleção chilena sequer devem ter ouvido falar no clube de futebol “Rodelindo Román”. É um time da comunidade de San Joaquín, em Santiago, que tem cerca de 60 anos e serve para que muitos jovens e meninos tenham uma via de escape, pelo menos momentânea, para os problemas que assolam uma região onde os recursos econômicos são escassos.
A camisa do “Rodelindo Román” foi a primeira usada por Arturo Vidal, hoje a figura máxima do futebol chileno. Talvez por isso são seus torcedores e jogadores os que mais sofrem com as notícias sobre o volante da Juventus.
Olhando para trás, a tragédia começou a ser escrita no final de março, quando o volante teve de abandonar a partida contra o Napoli por causa de uma dor em um dos joelhos. Muito se especulou, a poucas semanas da Copa do Mundo, sobre o verdadeiro estado da estrela da “Roja”. A esperança voltou quando ele vestiu a camisa da “Juve” para participar da semifinal da Liga da Europa. No entanto, alguns dias depois a notícia conhecida abalou todo o meio futebolístico: Vidal tinha de ser operado.
Em 7 de maio passado, em Barcelona, se realizou a cirurgia. O objetivo? Que Vidal chegue 100% recuperado ao evento no Brasil.
Não é preciso ser adivinho para saber que a incerteza tomou conta da grande maioria dos chilenos. Uma operação desse tipo, segundo muitos médicos, deveria ter uma recuperação de pelo menos um mês e meio, o que eliminaria o meio-campista da disputa da Copa.
Sua fé, e a de milhões e milhões de compatriotas, convidam à esperança. Vidal é fundamental no esquema de Jorge Sampaoli. Não é por acaso que o Chelsea, o Real Madrid, o Manchester United e o Barcelona estão de olho nele. A resposta da Juventus não demorou. Quem quiser ter o polivalente jogador deve desembolsar US$ 70 milhões.
A esta altura, pouco importa aos chilenos a futura equipe de Vidal. As orações são dirigidas a outro objetivo: que se recupere e seja o destaque que todos esperam no Brasil 2014.
*O Carteiro da Ilha Negra, pseudônimo do jornalista chileno que analisa a Copa 2014 para o UOL Esporte, é uma referência a Mario Jiménez, personagem da obra “O Carteiro e o Poeta”.